Hidrogénio – o futuro?

Nos últimos anos, diferentes países, devido às alterações climáticas e à alarmante dependência energética de países produtores de petróleo e gás natural, têm-se voltado para o desenvolvimento da produção do hidrogénio verde, como fonte energética alternativa aos combustíveis fósseis.

Lembro-me que já há algumas décadas atrás, o setor industrial Português tentou usar o Hidrogénio nos processos produtivos, mas infelizmente sem grandes resultados. Por exemplo, na região de Aveiro, onde existe uma grande fábrica de fertilizantes, tentou-se usar o Hidrogénio para a produção de Amónia, o que não se verificou rentável.

Atualmente, e com o grande desenvolvimento tecnológico que se verifica, é possível a produção de hidrogénio verde, que para além de ter um impacto ambiental reduzido, apresenta a possibilidade de ser transportado por longas distâncias, de ser armazenado e de se revelar o substituto mais imediato do gás natural, quer a nível empresarial, mas também a nível residencial.

Das várias tecnologias de produção de hidrogénio, a eletrólise da água, é a que melhor conheço e que mais tem sido desenvolvida nos últimos meses. É um processo que converte água em hidrogénio e oxigénio, através da utilização de uma corrente elétrica (nomeadamente através da utilização de módulos solares de produção de energia elétrica).

Não sendo a produção e utilização de hidrogénio uma novidade, e não se revelando uma solução atualmente competitiva, considerando os preços atuais do gás natural, por que razão nos parece que esta será a energia do futuro?

Na minha opinião, a produção de hidrogénio verde necessita ainda de bastante desenvolvimento tecnológico, de modo a que se possa considerar uma alternativa válida e competitiva em termos de preço, face ao gás natural e mesmo face ao petróleo.

Não nos podemos esquecer que uma revolução energética desta envergadura não se consegue realizar de um momento para o outro, exige um grande investimento operacional e financeiro, especialmente tendo em conta todos os lobbies fortemente implantados a nível mundial, por parte dos grandes produtores de energia à base de combustíveis fósseis.

No entanto, e tendo em mente o que foi referido anteriormente, sem dúvida que a produção de Hidrogénio Verde se apresenta como a alternativa mais credível e melhor colocada para uma nova revolução energética a nível mundial.

Para que tal aconteça, tem de haver da parte dos governos (e reguladores) dos diferentes países a definição de regras para a existência de um mercado de hidrogénio com índices de preços consistentes e devidamente regulados.

Em Portugal, a estratégia para o hidrogénio, no âmbito das metas e objetivos estabelecidos no plano nacional de energia e clima para 2030, determina que este represente até 1% do consumo final de energia em Portugal em 2025, até 2% em 2030, e até 20% em 2050.

Para que isto seja uma realidade, os investidores têm de sentir confiança nos índices de preços do hidrogénio verde, para que se sintam motivados na aposta e desenvolvimento desta tecnologia, e para que deste modo os preços de comercialização possam ser competitivos e de acesso geral aos consumidores.

O Hidrogénio é a energia do futuro?

É, mas todos nós precisamos de fazer todos os esforços possíveis, para que possamos dizer que o Hidrogénio não só é a energia do futuro, mas também é o nosso desafio atual para um futuro mais sustentável.

Eu, pessoalmente, sei que tenho essa oportunidade de trabalhar e lutar para concretizar um pedaço de um novo futuro.

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